Estilo Cabo Frio: Gastronomia

ESTILO CABO FRIO – GASTRONOMIA

Uma fusão de cores e sabores

Os índios tupinambás que habitavam o lugar chamavam-no de Gecay, nome dado ao tempero de sal grosso e pimenta largamente utilizado na alimentação dos antigos donos da terra. Naquela época, as casas eram simples, feitas de barro e cobertas de palha. Os nativos viviam da caça, da pesca e praticavam a agricultura para o seu próprio sustento. As principais culturas agrícolas eram a mandioca, milho, feijão, cana-de-açúcar, laranja, banana, etc. Entre as frutas da região destacavam-se gabiroba, bajuru, caju, araçá, cambucá, cambuim, pitanga, coco do guriri e guapeba – e outras que hoje, raramente, ouve-se falar.

Na cidade, viviam cerca de 1.500 habitantes em 350 casas, ao tempo em que outros dez mil se espalhavam pelo território da capitania. A metade era constituída por escravos africanos. Essa expansão urbana refletia o sucesso de várias atividades agrícolas, escoada para o Rio pela Barra de Araruama. Na agricultura, as principais plantações eram de anil, cochonilha, legumes, cana-de-açúcar, mandioca, feijão e milho, produzidos em larga escala na fazenda Campos Novos, onde também havia criação de gado.

Apesar da repressão portuguesa, a produção de sal ainda era abundante. Em 1728, João de Almeida construiu uma armação de baleias em Búzios, ampliada posteriormente pelo novo contratador Brás Pina. Este foi também responsável pela fundação da Capela Nossa Senhora de Sant’ Anna no mesmo local, em 1740. Búzios ainda fazia parte de Cabo Frio.

As praias do Peró, em Cabo Frio, de José Gonçalves e da Rasa, na atual Búzios, tornaram-se pontos de desembarque clandestino de escravos. A marinha inglesa promoveu repressão ao tráfico e chegou a apreender navios negreiros na costa e a desembarcar fuzileiros navais nesses dois portos.

Boa parte da história cabofriense continua presente no Polo Gastronômico da Passagem, onde bares e restaurantes fazem uma viagem no tempo através de pratos servidos aos visitantes. Trata-se de um lugar histórico, bucólico e com um visual incrível do casario e do canal, que remontam ao tempo dos nativos, cativos e seus contratadores.
O visitante pode conhecer o bairro fazendo um passeio durante o dia, para conhecer um pouco do nascedouro da cidade: as casinhas coloniais, tombadas pelo patrimônio histórico, depois passear de barco e à noitinha parar para degustar pratos saborosos nos restaurantes, bares, botequins e bistrôs do lugar: Escritório, Picolino, Costa Azul, Clube da Sfiha, Arcos do Canal, De Sempre, Dashaus, Sabor & Arte, Chico Machuca, Armazém da Passagem e Majára Canal, entre outros.

A moqueca como no tempo de “Gecay

A empresária Maria Lucia Mendes, proprietária do Escritório, recomenda a “Moqueca do Rei”, de filé de dourado com camarão e castanha do Pará, acompanhada de farofa de dendê com pimenta biquinho, servida com arroz ao alho, ao toque de um pirão de farinha artesanal.

A moqueca é um dos pratos mais tradicionais do Brasil sendo, inclusive, considerada pelo Ministério do Turismo como indispensável à degustação para os turistas que visitam o país.

– Escolhi este prato por unir diversas fases da História do Brasil. Pelo que pesquisei, existe uma polêmica entre capixabas e os baianos pela autoria da moqueca. Reúne as contribuições de escravos, índios e colonizadores, chegando à nossa mesa como resultado do melhor jeitinho brasileiro, mistura de cores, sabores e texturas, destaca Maria Lucia.

Segredos da Marisqueira à Provençal

Outro prato bastante procurado pelos visitantes é a Marisqueira à Provençal.

Marisqueiro à Provençal

Polenta à provençal com marisco na manteiga de garrafa, alho poró e gratinado de queijo brie.
É um escondidinho diferente. A base dele é uma polenta cremosa de ervas de Provence, marisco no vapor com manteiga e alho poró , coberto e gratinado de queijo brie.

Receita:

-Polenta cremosa:
Dissolva o fubá na água já temperada e fria e leve ao fogo até engrossar bem (se preciso , acrescente mais fubá ou água). Após a polenta grossa e cozida, finalize com o creme de leite e manteiga (pronta, a textura da polenta, lembra um purê de batatas).

Ingredientes:
100g de fubá fino
400 ml/ 500 ml água
15 g ervas de Provence
Sal e pimenta do reino a gosto – (Dica: a água fica um pouco salgada para não perder o sabor quando entrar o fubá)
1 cx de creme de leite leve
1 colher de sopa de manteiga gelada

-Marisco no vapor com manteiga e alho poró:
Junte todos os ingredientes , misture bem e ponha no vapor por mais ou menos 10 minutos, transfira para um recipiente com tampa e finalize com a manteiga.

Ingredientes:
20 g alho poró em bourlanger (rodelas)
200 g marisco médio
Sal e pimenta do reino a gosto
1 fio de azeite extra virgem
2 colheres de sopa de manteiga gelada

-Gratinado de brie-
Lascas de queijo brie cobrindo todo recheio.

Modo de preparo:
Leve ao forno em 180 g por 5 a 10 min ou até derreter todo queijo e gratinar. Se preciso, finalize o gratinado no maçarico.
Decoração: frite em imersão a raiz do alho poró, insira na casquinha do marisco e cole a no queijo antes de servir!!

(Com informações da chef Graça Albarado, do Brasil Chef, Instituto Avançado de Gastronomia, de Búzios, e a colaboração de Maria Lúcia Mendes, de Cabo Frio)


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