Marcelo Cunha
Desde a sua inauguração, ocorrida oficialmente em agosto de 1993, o Centro Cultural dos Correios vem marcando presença na Cidade do Rio de Janeiro, sempre prezando pela promoção de variadas expressões artísticas. E muitas delas têm resultado em emocionantes encontros, como o ocorrido em 17 de agosto. Na cerimônia de premiação do XXIV Salão de Artes Plásticas do Corpo de Fuzileiros Navais, os artistas da Associação dos Pintores com a Boca e os Pés não poderiam ficar de fora. Também foram contemplados.
Seguindo pelas ruas históricas do Paço Imperial, os convidados acessavam o pátio de rica arquitetura, encantados com o diversificado repertório apresentado pela Banda do Corpo de Fuzileiros Navais. Os músicos ditavam o ritmo de uma festividade onde a superação assumiria o protagonismo, tendo em vista que muitos artistas eram deficientes físicos. Na entrega de diplomas e medalhas a satisfação era a mesma, no semblante de quem prestava homenagem e no de quem era homenageado.
Era apenas o início do merecido reconhecimento inerente ao empenho que tiveram na produção das 47 obras da mostra. Pintadas com a boca, pés ou mãos, na sua maioria, ressaltavam atividades relacionadas ao comprometimento dos fuzileiros, quer em “Missão de Paz” ou no apoio à manutenção da ordem pública, no Brasil e no exterior. Outras retratavam de forma apaixonante o ano do bicentenário da Independência da nação brasileira.
Vieram, então, as marcantes falas de encerramento da Cerimônia de Premiação, realizadas pelo Almirante de Esquadra Jorge Armando Nery Soares – Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, e do Senhor Ricardo Rivas de Araújo – Gerente do Centro Cultural dos Correios do Rio de Janeiro.
Ambos ressaltaram a união de esforços das instituições envolvidas no evento de grande significado, que marcou a retomada das atividades artísticas dos Salões dos Fuzileiros Navais. Também evidenciaram a plena inclusão promovida pela Associação dos Pintores com a Boca e os Pés, sempre norteada pela arte como forma de promover a indispensável autonomia e a transformação de artistas que a integram, em todo o mundo.
É sempre importante ressaltar que a transformação da vida de cada artista só acontece com a reprodução de suas obras em formato de cartões e calendários, chegando aos quatro cantos de um Brasil continental. Já seria um presente para todos os artistas da APBP serem recepcionados em uma instituição dos Correios, a Empresa responsável não apenas pela distribuição dos milhões de kits, mas por representar a esperança de continuidade. Dessa forma, segue participando ativamente dos presentes ofertados em espaços culturais de tamanha relevância como aquele.
Ao som de música ao vivo, a interatividade tomou conta do ambiente de contagiante descontração. Além do tradicional enfileiramento dos artistas e personalidades ao centro do Salão principal, os registros fotográficos também aconteciam em pequenos grupos; possivelmente, na intenção de compartilhar ao máximo daquela alegria com os que não puderam experimentar de tais momentos.
Enfim, pelo compromisso de nossa revista, nos unimos para a divulgação dessa exposição que acontecerá até o dia 20 de setembro. Dessa forma, esse poderá significar um presente para você, sobretudo por entendermos que tais manifestações podem contribuir para o crescimento da sociedade como um todo.
Marcelo Cunha é artista plástico filiado à APBP – Associação de Pintores com a Boca e os Pés
