quinta-feira, março 28, 2024
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Arte, a magia que transforma pessoas

O artista plástico Marcelo Cunha fala sobre a importância do alemão Stregmann para a vida profissional dos pintores que usam a boca e os pés

Transformação é a palavra que melhor define o ser vivo, mas ela é tão abrangente que nem mesmo seres inanimados fogem de sua análise. Para melhor compreensão dessa proposta, evidenciaremos a saga de Arnulf Erich Stegmann, um homem que encontrou um sentido para a vida através da arte e do olhar ao próximo.

Arnulf Stregmann

Nascido na Alemanha, Stegmann foi acometido por poliomielite, com a idade de dois anos, ficando impossibilitado de usar as mãos. Mas graças à sua obstinação e ao talento artístico, completou os seus estudos na Faculdade de Artes de Impressão e Imagens e o mestrado no estúdio da cidade de Hans. Inspirado por um nobre ideal, realizou viagens para uma organização e distribuição de seus trabalhos artísticos. No entanto, seu desejo era que outros pintores, também deficientes, conseguissem obter rendimentos de seu trabalho artístico para levar uma vida financeiramente independente.

De todas as suas conquistas, a fundação da Associação dos Pintores com a Boca e os Pés, fundada por ele em 1956, foi a mais importante, sobretudo pelo novo rumo que deu à vida de milhares de artistas portadores de  deficiências, em todo o mundo.

Desde a criação da entidade até os nossos dias, pintores a ela filiados são estimulados a viver com dignidade, buscando na arte todo um crescimento que os tornem relevantes para a sociedade. Hoje, a APBP é uma realidade para 800 artistas em todo o mundo, sendo 54 brasileiros. Através das obras de cada um deles, observamos um olhar de paixão e otimismo. Usar a boca ou o pé para transformar telas em branco em obras de arte é apenas um detalhe.

Aqui, neste espaço, destacaremos alguns relatos desses guerreiros que exercitam, sobretudo, a arte de eternizar a própria existência – o que, de certa forma, nos desafiará a usar os pincéis e telas que a vida sempre nos proporciona para que as nossas escolhas também possam transformar a vida de outros. Afinal, penso que nos diria Stegmann: o que é a vida se não a vivemos com um real sentido?

Marcelo Cunha é artista plástico, filiado à APBP desde 2004

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