sexta-feira, maio 10, 2024
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Cabo Frio terá Secretaria de Verão

Eleito pela terceira vez, o  prefeito José Bonifácio, 75 anos, criará uma Secretaria Extraordinária, que funcionará nas praias, para resolver os problemas da população.

Com 44,75% dos 100.432 votos de Cabo Frio, a maior cidade da Região dos Lagos Fluminenses, o economista José Bonifácio Ferreira Novellino, 75 anos, ocupará a cadeira de Prefeito pela terceira vez. Os dois mandatos anteriores foram em 1976-83 e 1992-96. No primeiro, tinha 31 anos: “Naquela época, Arraial do Cabo e Armação dos Búzios ainda eram distritos de Cabo Frio. Hoje, somente a população do distrito de Tamoios é maior que a da cidade inteira, naquele tempo”- recorda.

O Prefeito José Bonifácio

“Zé” – como é carinhosamente chamado nas ruas – nasceu na cidade, onde passou a maior parte de sua vida, revezando-se entre a Prefeitura, a Câmara Municipal, Secretarias e empresas públicas. Já foi deputado estadual e ocupa também a vice-presidência do diretório regional de seu partido, o PDT.

Orgulha-se em dizer que fez uma campanha respeitosa, sem atacar os adversários. Foi eleito por pessoas de todas as idades e classes sociais. E isso o credencia a pedir a união de todos para recuperar o prestígio da cidade.

Com a cordialidade habitual,  Prefeito José Bonifácio recebeu a Revista DESTINOS SERRA & MAR para anunciar algumas propostas de seu novo governo, que começarão a ser postas em prática  logo na virada do ano.

Quais são as prioridades de seu novo mandato?

José Bonifácio – Nossa principal preocupação é a saúde. Precisamos cuidar da saúde básica da população, implantando, já no dia 04 de janeiro, 20 equipes de saúde da família. E outras 20 serão efetivadas ao longo do ano, perfazendo um total de 40 novas equipes. Cada uma delas terá sob a sua responsabilidade, a saúde de quatro mil cidadãos. Com elas pretendemos atender a população que não pode contar com planos de saúde e que, hoje, somam em torno de 160 mil cabofrienses. 

Quais as medidas o Senhor pretende adotar para não permitir o avanço da epidemia no município?

JB – A primeira delas foi pedir ao atual Prefeito Adriano Moreno para não programar eventos nas praias ou queima de fogos, no Réveillon, para evitar uma coisa quase que impossível: as aglomerações em nossa orla. Se houver programação de shows e queima de fogos será o poder público que estará incentivando essas aglomerações. São medidas emergenciais, que antecedem até o início do nosso mandato.

E como o Senhor pretende discutir saídas para a crise econômica que afeta todas as cidades?

JB – Vamos promover alterações no Gabinete de Crise, que, atualmente, reúne doze representantes do Governo e nenhum da sociedade civil. Vamos reduzir o número de representantes do Governo para oito e vamos convidar outros oito da sociedade civil, quatro do setor produtivo e quatro representantes dos trabalhadores.

A economia de Cabo Frio, como qualquer outra cidade litorânea, depende do turismo e o verão vem aí. Como abrir as portas para o turismo, sem promover aglomerações?

JB – Vamos precisar contar com a colaboração de todos os segmentos do turismo: o setor hoteleiro, bares, restaurantes, passeios de barco, comércio da moda praia, comércio de um modo geral, shoppings,  etc.  Vamos promover uma discussão amplamente democrática com estes segmentos para procedimentos que ajudem à indústria do turismo mas que, por outro lado, não facilitem a propagação da Covid 19.

E quando isso acontecerá?

JB – Logo no dia 02 de janeiro, que será um sábado. Haverá uma reunião do Gabinete de Crise para formular sugestões que serão analisadas por representantes da saúde e do setor privado, e que se transformarão em decisões de governo. Isso possibilitará que a cidade se organize para recuperar a economia e, simultaneamente, impeça que a doença se propague. Esta é a nossa proposta.

E sobre o funcionamento das escolas municipais, o senhor já tem alguma opinião formada?

JB – Adotaremos o mesmo procedimento que será usado com os representantes do turismo. Vamos nos reunir com os educadores, pais de alunos e profissionais da saúde para encontrarmos uma solução. Essas reuniões serão on-line e começarão a acontecer logo no início de janeiro. Precisamos adotar medidas com segurança para que as aulas possam recomeçar sem riscos de contaminação.

E sobre o Carnaval?

JB – Precisamos acompanhar a evolução das estatísticas da pandemia no município. Serão estes números que nortearão nossos procedimentos. Se, em janeiro, as estatísticas indicarem o aumento do número de casos é evidente que, no Carnaval, também adotaremos medidas para evitar aglomerações. Neste caso, as medidas de prevenção serão prioritárias. Mas também debateremos o assunto com os representantes da sociedade.

O Senhor pretende manter entendimentos com os novos Prefeitos das cidades vizinhas para que se implante uma ação coordenada, que atenda toda a Região dos Lagos?

JB – Já liguei para quase todos, com o objetivo de fazer uma reunião entre nós. A ideia é que tenhamos o mesmo tipo de atitude diante da gravidade do problema. Sei que será muito difícil um município adotar as mesmas medidas de um outro, mas o ideal é que, ao menos, essas medidas não sejam radicalmente diferentes do que pretendemos fazer. Esse entendimento já está sendo buscado e será fundamental para a região.

Quando falamos em Cabo Frio estamos falando diretamente de praias. Novidades em mente?

JB – As praias são como a sala de visita de nossa casa. Às vezes, podemos deixar a louça da cozinha para lavar depois, arrumar as camas dos quartos mais tarde, mas a sala tem que estar impecável; principalmente se estamos esperando a chegada de visitantes. Bem decorada, equipada e confortável. As praias são os principais atrativos de nossa cidade. Elas são tão importantes que, por causa delas, eu vou criar a Secretaria Extraordinária do Verão.

E o que será a Secretaria Extraordinária do Verão?

JB – Atualmente, as praias são cuidadas apenas pelos fiscais de posturas. São as autoridades sobre tudo o que pode ser feito ou não nas praias. Deliberam sobre o comércio ambulante, jogos, animais de estimação na areia, estacionamento irregular, o tráfego de embarcações na orla, etc.. A Secretaria de Verão terá uma tenda montada em cada praia, onde atuarão os secretários municipais, que se revezarão, semanalmente. O secretário será a palavra final do município em eventuais conflitos que possam acontecer. Estamos estudando outras medidas também. Por exemplo, decidimos adotar pulseiras de identificação para colocar no braço das  crianças, evitando que se percam dos pais. Este, aliás, é um dos motivos de maior tumulto nas praias.

Mas são os Secretários municipais mesmo?

JB – Sim, porque eu não quero ter despesas extras com a Secretaria Extraordinária de Verão. Por isso faremos um revezamento entre os secretários. Exemplo: na primeira semana poderia ficar o Secretário de Serviços Públicos. Ele tocará, normalmente, os serviços da Secretaria dele e estará controlando as posturas municipais nas praias também. Na semana seguinte pode ser o de Educação; na outra o de Segurança, e por aí vai. Além disso, o Prefeito terá o compromisso de, ao menos, uma vez por semana, caminhar pelas Praias do Forte, do Peró, das Conchas e outras mais, para ver como estão as coisas.

O Senhor se referiu às praias, mas Cabo Frio também tem um patrimônio histórico riquíssimo. Teremos alguma novidade no setor cultural?

JB – Infelizmente, boa parte do nosso patrimônio histórico está ameaçado. Vou dar um exemplo: a sede da Fazenda Campos Novos, construída no século XVII, sobre um sambaqui, em Tamoios. Eu desapropriei toda a área no meu segundo governo, para ali fixar a Secretaria de Agricultura e instalar um parque de exposições. Tudo aquilo foi abandonado. A sede da fazenda está ameaçando  desabar e foi interditada pelo Iphan. Temos também o Largo São Benedito, onde funciona o centro gastronômico da cidade. A igrejinha de São Benedito, ali situada, também foi interditada, correndo o mesmo risco. Recursos para restaurar esse patrimônio não teremos, mas não impede de criarmos projetos para atrair patrocinadores. Ao menos a fazenda e a igrejinha, que são os mais críticos.

De onde podem vir esses patrocínios?

JB. De grandes empresas estrangeiras. O naturalista inglês Charles Darwin, quando esteve no Brasil, no século XIX, percorreu toda esta região, estudando espécies de nossa biodiversidade. Ele ficou hospedado na sede da fazenda. Está relatado em seu livro Origem das Espécies. Pode ser um bom argumento para conseguirmos o patrocínio de empresas alemãs, por exemplo. Estou muito otimista quanto a isso.

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